Talvez seja pura falta de tato sua, ou então exagero meu sobre isso, mas o fato de você cair no meu disfarce barato me irrita. Eu disfarço sim, para tentar borrar o que não pode ser simplesmente apagado com borracha. Além disso, nunca fui boa com disfarces e máscaras, não gosto muito de fingir, ser algo que eu não sou. Mas me sinto obrigada - até pelo meu bom senso - de esconder sentimentos tão dramáticos. Eu tenho vergonha deles, sabia? Tenho vergonha de chorar por motivos tão insignificantes, mas quando estou só na minha privacidade eu me acabo, me afundo nas lágrimas, e elas descem até chegar o chão. Mas o barulho desse choque não é ouvido por você, nem de longe você pensaria que elas estão tão presentes. Eu sei que meus olhos gritam por atenção, mas como você vai ver se está do outro lado, ligado comigo por fios? Medíocres fios que levam minhas palavras, mas não levam minhas emoções. Palavras são vazias e facilmente manipuladas, fácil de enganar. Ator bom é aquele que mente com os olhos, mas como você verá meus olhos a não ser congelados em fotos com sorrisos falsos, se está tão longe? Distância é outro item da minha lista de coisas - impossíveis - para apagar da minha vida. Como se eu fosse tão forte para dominar a distância, mal consigo dominar o medo. Mal consigo dominar eu mesma, se eu tentasse - e conseguisse - nem teria começado a escrever esse texto tão deplorável.
Enfim, estou com sintomas de tpm, logo não levem a sério meu drama, eu estou bem - me dê só mais uns cinco dias.
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